Obras de arte e móveis de design marcam o apê de colecionador
Para exaltar o acervo pessoal do cliente, o escritório NOP Arquitetura criou uma galeria de arte no projeto de 145 m²
Após se mudar do Rio para São Paulo, um advogado carioca finalmente decidiu comprar seu primeiro apartamento, de 145 m², no bairro Jardim Paulista. Em seguida, ele encomendou ao arquiteto Phil Nunes, do escritório NOP Arquitetura, um projeto de reforma completa, já sinalizando que tinha a intenção de participar de cada etapa de todo o processo, incluindo as escolhas dos itens da nova decoração.
Fã de arte, o novo proprietário avisou ainda que o projeto deveria partir de seu acervo pessoal, que conta com obras de artistas consagrados, como Julio Bittencourt, Gustavo Nazareno, Paulo von Poser, Adriana Varejão, Deborah Engels, Regina Parra, Luciana Levinton, Richard Hodara, Kiolo, entre outros.
Como o morador também é amante do design brasileiro e adora garimpar móveis vintage, sobretudo originais dos anos 1960 e 1970, suas aquisições também precisariam ser levadas em conta no projeto, a exemplo da poltrona Lafer V, de Percival Lafer, e o par de poltronas Ouro Preto, de Jorge Zalszupin – que ganharam lugar de destaque no living –, e a poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, que passou a reinar no novo closet.
Outro elemento garimpado pelo morador, de grande valor afetivo, é o piano inglês Kemble, de 1951, que foi reformado e colocado no canto da sala. “Nosso maior desafio neste trabalho foi criar espaços atuais que refletissem os gostos e a história do cliente, que têm uma bagagem cultural e artística incrível. Unimos todos os elementos que já faziam parte do acervo dele com peças novas de designers contemporâneos, como Jader Almeida, Zanini de Zanine e Jacqueline Terpins”, conta o arquiteto Phil.
Além das artes e do mobiliário vintage, a iluminação natural do apartamento, que é rodeado de janelas, também norteou a elaboração do projeto. “Não queria perder nem um raio de luz por causa da reforma”, conta o morador. Por isso, na cozinha, os armários que se sobrepõem às janelas não têm fundo e ainda contam com portas em ripas vazadas, permitindo, assim, que a luz vinda de fora atravesse a marcenaria.
Com a reforma, o hall de entrada foi integrado à sala e à cozinha (projetada com uma “península” de cocção, com bancada para refeições em substituição à mesa de jantar), e os três quartos originais foram reconfigurados para a criação de uma suíte com closet e um quarto de hóspedes.
Na decoração da sala o arquiteto adotou uma base neutra, com paredes e teto brancos e um grande tapete off white, já que a proposta era transformar o espaço em uma pequena galeria de arte, com direito a uma gallery wall atrás do sofá (de design orgânico), que recebeu obras agrupadas de acordo o tema “expressões do que é ser humano”.
Outro destaque é banco branco que se estende ao longo de toda a parede da janela principal, que também funciona como apoio para livros e objetos.